O aumento das taxas são inevitáveis e o impacto que terá na Euribor poderá começar a sentir-se, ainda que muito ligeiramente, já no final deste ano. Assim, vale a pena optar por mudar para taxa fixa no crédito habitação?

No momento de selecionar o melhor crédito habitação na compra da casa deve-se ponderar diversos componentes, de forma a garantir uma tomada de decisão mais consciente, informada e segura.

Neste sentido, uma avaliar pormenorizadamente a diferentes propostas de vários bancos é fundamental. Para esse fim, é necessário ter uma certa atenção a fatores com a TAEG e o MTIC, às condições necessárias para se conseguir bonificação no Spread e às características dos Seguros.

No que se refere às diferentes taxas, a taxa indexada à Euribor difere em função das flutuações das taxas de juro de referência no mercado. No caso da taxa fixa, esta é estabelecida no momento da contratualização, mantendo-se inalterada até ao fim do período definido entre o cliente e a instituição bancária, ou seja, num crédito habitação com taxa fixa a prestação é sempre igual. Contrariamente, na taxa variável as prestações alteram de acordo com as oscilações da Euribor.

Assim, nos contratos com base na taxa variável face à taxa fixa, as condições de reembolso antecipado parcial e total do crédito são diferentes.

Por lei, no caso de se tratar de um contrato com taxa de juro variável, a comissão não pode ser superior a 0,5% do capital reembolsado. Já no caso de um contrato em que vigora uma taxa de juro fixa, a comissão não pode ser superior a 2% do capital reembolsado.

Taxas de juro: Tendências de aumento

Com a inflação a subir no mundo e, em específico, na zona euro, a pressão para uma revisão da política monetária europeia tem sido grande.

Ao validar-se, na União Europeia, uma taxa de inflação de 5,1% em janeiro e uma previsão em alta para 2022 e 2023, Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE), revela que a inflação poderá manter-se em alta por mais tempo e não exclui, assim, uma subida das taxas de juro.

Este aumento das taxas são inevitáveis e o impacto que terá na Euribor poderá começar a sentir-se, ainda que muito ligeiramente, já no final deste ano.

Crédito habitação com taxa variável

Neste sentido, no caso de já se ter pedido uma taxa variável no crédito habitação, se as taxas de juro aumentarem, também o valor que se paga pela prestação mensal da casa aumenta.

Crédito habitação com taxa fixa

Relativamente aos contratos de crédito associados a uma taxa fixa, estes não sofrem qualquer impacto com a evolução das taxas Euribor.

A prestação que se tinha no ano passado, por exemplo, será a mesma que se terá daqui a um ano, independentemente de o BCE decidir subir juros ou não.

No entanto, é necessário ter em conta que nos últimos anos, quem contraiu crédito com taxa fixa pagou mais do que quem esteve com o crédito associado a uma taxa variável.

Será o momento certo para mudar para taxa fixa?

Na verdade, ninguém poderá dizer com convicção que a melhor solução é mudar o crédito para taxa fixa, uma vez que depende de muitos componentes.

Nos últimos anos compensou mais ter o crédito associado à taxa variável do que à taxa fixa, visto que a Euribor esteve em valores negativos.

  • Neste sentido, antes de tomar qualquer decisão deve responder a algumas questões:
    O que é mais importante para si: pagar mais agora e contar com estabilidade no futuro, ou pagar menos neste momento e viver com a incerteza do futuro (arriscando pagar mais depois)?
  • A casa que está financiada por esse empréstimo é para viver o resto da vida ou tenciona mudar nos próximos anos?

A resposta a estas duas questões será determinante porque o ajudará a tomar uma decisão mais consciente.

Bancos que oferecem taxa fixa no crédito habitação

De destacar que no conjunto dos bancos escrutinados, verifica-se que há sete instituições a oferecer taxa fixa a 30 anos, um banco a oferecer taxa fixa a 25 anos, uma instituição a fixar a taxa a 20 anos e, por fim, outra a permitir a fixação da taxa a 10 anos.

  • Novo Banco – 30 anos
  • CGD – 30 anos
  • BPI – 30 anos
  • Banco Best – 30 anos
  • Bankinter – 30 anos
  • Abanca – 30 anos
  • UCI – 30 anos
  • Montepio – 25 anos
  • Millennium BCP – 20 anos
  • Santander – 10 anos

Vale a pena optar por mudar para taxa fixa no crédito habitação?

Como referido, o aumento das taxas são inevitáveis e o impacto que terá na Euribor poderá começar a sentir-se, ainda que muito ligeiramente, já no final deste ano.

Neste sentido, a única maneira de os consumidores se protegerem desta incerteza é recorrerem a um empréstimo habitação com taxa fixa, que irá garantir maior estabilidade no orçamento familiar.

Contudo, ao transferirem este risco para o banco, têm de estar preparados para suportar uma prestação mais elevada, ainda que neste momento as diferenças entre os valores não sejam extremamente significativos.

Optar entre um empréstimo com taxa indexada à Euribor e um crédito com taxa fixa prende-se sobretudo com os riscos que as famílias estão dispostas a correr.

Quem neste momento contratar um empréstimo com taxa variável estará a pagar menos várias dezenas de euros por mês face a quem opte por um crédito imobiliário com taxa fixa. Mas caso haja uma alteração substancial nas condições do mercado, o que poderá levar a que a Euribor atinja valores semelhantes aos de 2008, quem agora optar pela taxa fixa poderá poupar várias centenas de euros a cada mês.

Créditos da matéria supercasa.pt